A reforma tributária e o agro

13/07/2023Quinta-Feira

Quer entender melhor sobre a reforma tributária e o agro?

Acompanhe o texto…

A reforma tributária que se avizinha vai suprimir o crédito presumido que concede uma alíquota negativa em proveito do produtor rural. Com isso, a agroindústria paga entre 5  e 45% a menos de impostos anualmente. Este crédito deixará de ser presumido e o setor vai ter que pagar tributos mais pesados.

Também vai exportar menos, porque os juros exorbitantes estipulados pelo Banco Central (13% ao ano, o maior do mundo) atraem não o investidor estrangeiro, mas o rentista: o especulador que pega dinheiro emprestado barato em outro país e aplica aqui com garantia governamental de  pagamento antecipado dos juros altos  – é a volta do overnight. O dólar fica barato, mas não como resultado de investimentos e prosperidade, mas por conta do denominado “mascaramento do câmbio”, a aplicação da moeda americana em investimentos lastreados tão somente em papéis da bolsa de valores. E a moeda americana barata – você já sabe, mas não custa repetir – inibe a exportação, inclusive e principalmente no agronegócio. O exportador perde competitividade com  o dólar alto, e para de produzir, gerando estagnação econômica.

 O mascaramento da taxa de câmbio, somado aos tributos impostos à indústria de serviços (terciária), nos tornará um país colonial de novo, uma nação que só exporta matéria prima, como na época do Brasil Colônia. Em se levando em conta que os commodities rurais e minerais se desvalorizaram recentemente, há dúvidas inclusive sobre a manutenção da margem de lucro dos exportadores de produtos primários, a já mencionada matéria prima.

Mas por que o dólar alto é tão importante para a nossa agricultura ? – o presidente Lula da Silva acha isso um absurdo, mas os economistas explicam didaticamente  o motivo: as nações tinham por hábito lastrear suas economias no padrão “ouro”. Um país só emitia moeda conforme os metais precisos que tivesse em caixa. Tanto que esta é a razão de ser da mais poderosa moeda do planeta, a libra esterlina  britânica. Nos anos 1970  o governo americano mudou isso e passou a emitir livremente seus dólares, e com o que se supunha ser um erro estratégico de proporções gigantescas, se esperava que a economia dos EUA colapsa-se. Isso não aconteceu, muito antes pelo contrário: o dólar se tornou o lastro mundial. Todos os países do mundo só emitem suas moedas conforme suas reservas internas de  dólar assim o  permitam. Portanto, com muitos dólares, emitimos mais reais, com mais reais na praça, o real perde o valor. Com o real desvalorizado, renasce a inflação – neste cenário, todos perdemos.

Perigo em todos os sentidos… é preciso redobrar a atenção!

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