Você já sabe o que é o plano Safra: um projeto do governo federal para apoiar a produção agropecuária anualmente, de meados de um ano a outro, de uma a outra estiagem. Entre 2022 e 2023, o governo pretende injetar quase 350 bilhões em apoio ao agro, um aumento de 36% em relação ao ano anterior.
Estes valores serão divididos entre o custeio e a comercialização, além de investimentos – e haverá juros livres a disposição do produtor, quase 150 bilhões que serão disponibilizados para livre negociação, uma alta significativa de quase 70 % que observará a segurança e a rentabilidade do mercado e que indica, ainda, uma modificação significativa da política econômica federal ligada ao setor do agronegócio.
O juros livre vai procurar preservar mais aos beneficiários de outros programas de incentivo ao setor, como o Pronaf e o Pronamp, tendo em vista os juros da Selic no altíssimo de 13, 35%.
Este Plano Safra também vai buscar a diversificação das fontes de financiamento, criando letra de crédito de Agronegócio (LCA) para para a aquisição de direitos creditórios do agronegócio, que disponibilizarão até 70% de recursos no agronegócio diante dos papéis negociados.
A expectativa, com isso, é inserir o investimento financeiro privado no agronegócio, através de fundos de investimentos e afins. Mais uma vez, a finalidade é alcançar aos pequenos e médios produtores rurais, favorecidos durante o Plano com mais recursos de custeio e juros favoráveis – aumenta a rentabilidade e a produtividade do setor. Talvez por isto, só para eles o aumento do bolo foi de quase 40%, bem superior à carestia dos insumos e à inflação no período.
Os gigantes do setor, no entanto, vão ter que lidar com juros pré-fixados em 12% ao ano, apostando ainda em uma modulação da SELIC para manutenção da estabilidade no custo do dinheiro tomado ao longo do período. Estas taxas serão pós-fixadas, o que acarreta algum risco para investimentos de maior vulto. Já para o Pronaf e o Pronamp, você já viu: os juros são livres “para baixo”.
O Plano Safra cuidou de tratar cada um conforme o seu tamanho, ou o tamanho de seu bolso, este ano. Também será possível gerar renda preservando e recuperando áreas biodegradadas, com disponibilização de recursos governamentais para este específico fim. Será uma forma de preservar o ambiente com lucro, realizando atividade sustentável com fundos federais e incentivo governamental. As taxas de juros para quem quiser tomar emprestado para a recuperação de áreas será baixíssima, a juros subsidiados de 7% ao ano.
Uma novidade: de olho na escassez de fertilizantes importados, por conta de Guerra da Ucrânia e Pandemia, crise econômica e seus parâmetros incertos mundo afora, haverá financiamento de remineralizadores de solo (pó de rocha), que tem o potencial de reduzir a dependência dos fertilizantes importados. E continuará o Proirriga, que contempla o financiamento de todos os itens inerentes à irrigação, aí incluindo o custeio com a criação e conservação de reservas de água.
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fonte: https://abrafrutas.org/2022/06/plano-safra-2022-23-e-de-r-3408-bilhoes/