Preços de alimentos sobem no início do ano puxados por óleos vegetais, diz FAO. A FAO é a sigla para Food and Agriculture Organization of the United Nations, ou, em português, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. E é ela quem informa: os óleos vegetais ajudaram muito à carestia e a inflação em janeiro, puxando para o topo o preço dos alimentos em geral. O aumento supera o dos dez últimos anos, principalmente quando se observa o comportamento do mercado futuro de alimentos, as commodities alimentares: a cotação na Bolsa de Chicago subiu três pontos de dezembro até aqui.
É claro que o aumento de preços é global e decorre da lenta recuperação econômica durante a pandemia. A escassez de mão de obra durante o distanciamento social e a diminuição da demanda internacional, o alto preço da soja, tudo isso contribuiu para tornar os óleos vegetais sensivelmente mais caros neste começo de 2022. Há outro dado preocupante: passamos tanto tempo com uma inflação insignificante que nos esquecemos de que, com a alta dos preços dos alimentos, é a população mais pobre e carente aquela que mais sofre.
Só em janeiro, segundo a FAO, o aumento médio do óleo vegetal na gôndola dos supermercados brasileiros chegou a mais de quatro porcento. É muito aumento e muito rápido. Por que isso acontece, se houve sensível incremento na produção de cereais brasileiros?
Novamente é o órgão das Nações Unidas para a regulação internacional de alimentos e agricultura quem esclarece que os preços de lácteos (aumentaram) e o dos cereais que dão de comer aos rebanhos também. O trigo salvaria a lavoura (quase literalmente), mas a seca na região sul e as produções recorde deste grão na Austrália e na Argentina jogaram para baixo o preço do trigo brasileiro. Isso torna sua produção menos atrativa e leva os donos de áreas férteis para outros cultivos – e o óleo vegetal, de novo, fica mais difícil e mais caro.
A FAO também mediu outros índices globais: o milho deu bom resultado, aumento de quatro pontos percentuais na virada do ano. Em compensação, o açúcar apresentou o marco frustrante de 3,1% de queda. Aqui, foram Tailandeses e Indianos que bateram nos produtores brasileiros. Mas o açúcar vai aumentar bastante, se Russos e Ucranianos continuarem com hostilidades na Europa Oriental.
fonte:
.